quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Revista Regional

conversapor Renato Lima
As páginas da vida deCHRISTINE FERNANDES

Ela nasceu nos EUA (mas cresceu no Brasil), já foi jogadora profissional de vôlei, modelo internacional, na TV soma mais de dez anos de trabalhos diversos - uma verdadeira camaleoa. Costuma dizer que seu maior desejo é “estar em arte, viver em arte e viver de arte”. Assim é a atriz Christine Fernandes, a Simone da novela “Páginas da Vida”, da TV Globo. Casada com o também ator Floriano Peixoto e curtindo o filho de três aninhos, ela vive sua melhor fase como mãe, atriz e mulher. Interpretando a doce Simone, em “Páginas”, após seu premiadíssimo papel em “Essas Mulheres”, da Record, Christine diz estar feliz por voltar a fazer uma novela de Manoel Carlos –autor que a lançou na TV, e também pelo carisma que sua personagem tem: “a Simone é uma delícia. Ela é do mundo, mas é leve, é doce. Não tem o estereótipo da ‘mulher moderna e independente’. Ela é tudo isso, mas tem doçura, humor...”. Nesta entrevista exclusiva ao editor da Revista Regional, Renato Lima, Christine fala da carreira, da novela das oito e de sua vida pessoal, revelando-se uma mulher simples, de bem com a profissão e de bem com a vida. Conheça algumas “páginas” da vida de Christine Fernandes:

O reconhecimento de seu trabalho pela crítica deu-se graças à novela "Essas Mulheres", da Record. O que a personagem Aurélia representa para você?

A Aurélia foi recente, mas já tive outros trabalhos bem recebidos pela crítica. Venho construindo uma carreira há um longo tempo e a Aurélia foi sem dúvida importantíssima nessa construção. Além de ser uma personagem épica, uma heroína conturbada vinda da cabeça do magistral José de Alencar, era minha volta à TV depois da maternidade. A personagem era riquíssima e os conflitos maravilhosos, um sonho. Era tudo muito especial... Foi uma conjugação de oportunidade e capacidade. A fome com vontade de comer, sabe? Além disso tudo, sempre fui louca por essa personagem, desde que li o romance, quando adolescente.

.Agora vivendo um papel de destaque na novela das oito do Manoel Carlos. Foi um presente? Como surgiu este convite?

Comecei em TV com o Manoel Carlos (em “História de Amor”, 1995). Ele me viu crescer, desabrochar, desenvolver, viu meu esforço. Nesse hiato, entre aquele primeiro trabalho e agora, mantivemos um contato. Ele veio me acompanhando e quando me viu com Aurélia (na Record), me convidou para uma nova parceria. Manoel Carlos é um autor por quem tenho enorme respeito e admiração. Nunca recusaria um chamado dele, que me introduziu, acreditou em mim lá atrás... Estar de novo com ele significa um novo ciclo, é uma passagem. O interessante da vida são nossas passagens.

E como é interpretar a Simone?

Simone é uma delícia. Ela é do mundo, mas é leve, é doce. Não tem o estereótipo da "mulher moderna e independente". Ela é tudo isso, mas tem doçura, humor. É inteligente e culta. Mas Simone é uma mulher de temperamento forte, pode apresentar ainda muitas facetas...


Falando nisso, quem é a Christine Fernandes na intimidade? Mãe, esposa, amiga...?

Íntima. Gosto do que chamo de uma "zona de mistério". Estou sempre tentando melhorar, me aprimorar, me refinar. Em tudo na minha vida. Nem sempre consigo, mas com certeza estou sempre buscando. Interessa-me a qualidade das coisas, da vida, do pensamento.

Quais os projetos atuais, além da novela? Teatro, cinema?


Estou integralmente disponível para a novela no momento.

E após "Páginas da Vida", qual o próximo trabalho?

Depois da novela começo a ensaiar Hedda Gabler, de Ibsen, um sonho há quatro anos acalentado por mim. A produção é minha, é centenário da morte desse grande dramaturgo (depois de Shakespeare, o mais montado do mundo) e essa é minha homenagem, junto com meu desejo profundo, de fazer esta personagem. A última montagem desse texto foi há 30 anos, com a Dina Sfat no papel-título. Outra homenagem, pois adoro Dina Sfat.

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