sábado, 15 de novembro de 2008

VIP[revista]

CHRISTINE FERNANDES
Loira brasileira para escandinavo nenhum botar defeito"

Fotos: Christian Gaul

Depois de cinco anos trabalhando em novelas da Globo, ela é a Aurélia de Essas Mulheres (Record), elegante, delicada, articulada e irresistivelmente surpreendente. Além de linda, é claro! Há quatro anos eu a encontrei, por acaso, no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, assistindo a um jogo de vôlei. Ela estava acompanhada de seu atual marido, o ator Floriano Peixoto. Hoje entendo o que uma atriz global estava fazendo naquela cadeira impessoal de ginásio, no meio de torcedores anônimos: ela adora vôlei. Na década de 80 Christine integrou a equipe do Bradesco, que contava com várias jogadoras da seleção brasileira. Ao encerrar precocemente a carreira de atleta, por puro perfeccionismo - ela não achava que teria grande futuro no esporte -, aceitou o desafio de ser modelo. Virou top internacional. Mas nem isso foi capaz de seduzi-la. A bela loira só se encontrou, de fato, quando mergulhou de cabeça na carreira de atriz. E foi assim, interpretando e convencendo, que ela apareceu. Hoje na melhor fase de sua vida, segundo a própria, Christine encarou nossas lentes.


O QUE LEVA UMA MULHER DE 37 ANOS, COM UM FILHO DE 2, A FAZER UM ENSAIO SENSUAL? POR FAVOR, NÃO ESTOU QUERENDO INSINUAR COM ISSO QUE UMA MULHER COM MAIS DE 20 NÃO POSSA QUASE SE DESPIR PRA GENTE...
Imagina! Eu sei disso. Sou uma gatinha (risos). Fiz esse ensaio porque estou bem e vivendo uma fase boa e tranqüila da vida. Provavelmente já fiz algum editorial com conotação mais sensual na época em que eu era modelo, mas agora estou num momento da minha carreira em que não tenho dúvidas de como explorar a sensualidade do meu corpo.

VOCÊ PODERIA DIZER, NA BOA, QUE TEM UNS 26 ANOS....
(Risos) Mas estou muito mais confortável comigo agora!


VOCÊ SE ACHA SENSUAL?
Acho que a sensualidade é algo muito subjetivo. A pessoa pode ser sensual sem necessariamente vender essa sensualidade. Esse ensaio pra VIP eu diria que é uma visão sofisticada sobre a sensualidade.


TEM ALGUMA PARTE DO SEU CORPO QUE MEREÇA UMA ATENÇÃO ESPECIAL?
Os olhos! São verdes, meio amarelados, como olhos de gato. Às vezes estão verdes, às vezes estão amarelos. Hoje em dia minha vida está tão corrida, graças a Deus, que eu não paro para avaliar o que as pessoas pensam do meu visual.


SE TIVESSE VIRADO JORNALISTA, TERIA FEITO ESSE ENSAIO?
Não cheguei a me formar em jornalismo. Eu estudava broadcasting, nos Estados Unidos, algo como telecomunicações. De qualquer forma acho que não há nenhum problema em uma jornalista fazer fotos sensuais. Não sou contra nada. Essas restrições ou limites são muito bobos. Se uma jornalista ou uma freira querem fazer fotos sensuais, então que façam (risos). A vida é muito curta!


VOCÊ TAMBÉM JÁ FOI JOGADORA DE VÔLEI ANTES DE SE TORNAR MODELO. SE TIVESSE QUE OPTAR NOVAMENTE, QUAL SERIA SUA ESCOLHA: ATLETA OU COMUNICADORA?
Jogar vôlei não daria, pois não cresci. Tenho 1,70 metro desde os 13 anos. Passei por todas as posições e, por causa da altura, teria que virar levantadora. Acontece que a titular dessa posição na minha equipe era a Ana Richa, jogadora de seleção brasileira. Ou seja, dificilmente eu teria uma bela carreira no vôlei. E eu sou assim: se não vislumbro o horizonte, qualquer que seja a área, não há sentido. Eu preciso enxergar a possibilidade de crescer em tudo aquilo que faço.


ENTÃO VOCÊ É BEM COMPETITIVA....
Todo mundo que quer crescer naquilo que faz é meio competitivo. Mas isso é algo positivo, faz parte da evolução natural da espécie. Sou perfeccionista, sou aquela pessoa que, se tem 30 cenas pra gravar, chega ao estúdio com tudo na ponta da língua. Nem que para isso eu tenha que ficar acordada até as 4 da manhã.


VOCÊ LEMBRA A DULCE THOMPSON (JOGADORA DA SELEÇÃO BRASILEIRA DA DÉCADA DE 80, HOJE EMPRESÁRIA E COMENTARISTA DA SPORTV)...
Muita gente fala isso. Eu e a Dulce éramos as bonitinhas, as patricinhas do time, por sermos loirinhas. Mas eu era totalmente atleta e vivia cheia de hematomas por causa do treino. Era muito moleca desde criança. Não passava nem batom.


E DEVIA TER TORCIDA PARTICULAR...
(Risos )É, eu tinha uma pequena torcidinha, alguns meninos que iam me ver jogar.


AINDA CURTE VÔLEI?
Tenho grandes amigos no voleibol e acho um programaço poder assistir a um jogo, num dia à tarde. Mas ultimamente não tenho tido muito tempo pra fazer isso por causa das gravações. Aliás, eu gosto de esporte em geral. Sou flamenguista! Quando dá eu vou ao estádio, torço e xingo muito. Eu me transformo! Fui criada no Maracanã. Como meu pai não tinha filhos e eu era a mais velha, ele me carregava para o futebol. Eu sabia toda a escalação do Flamengo, daquela época: Zico, Nunes, Adílio, Júnior...


VOCÊ É ROMÂNTICA?
Também. Sou delicada no trato. E não só com o meu parceiro. Costumo, por exemplo, mandar flores, bilhetes de agradecimento, ou seja, procuro retribuir uma atenção.


VOCÊ CONHECEU SEU ATUAL MARIDO DURANTE UMA NOVELA...
Sim, mas nós éramos apenas amigos. Nos tornamos namorados tempos depois. Mesmo porque eu estava saindo de um casamento complicado (com o ator Marcelo Serrado) e não estava preparada para outra relação. Ele soube respeitar aquele meu momento.


É UMA PROVA DE QUE AMIZADE ENTRE HOMEM E MULHER É ALGO FADADO A TERMINAR NA CAMA, CERTO?
Não! Tenho grandes amigos homens. Mas, quando você bate com uma pessoa, dá pra saber se aquilo vai ou não ficar só na amizade. No nosso caso, eu sabia que existia o risco enorme de termos algo, porque a afinidade era grande.


O FATO DE ELE ESTAR SAINDO DE UM RELACIONAMENTO NA ÉPOCA COM A VERA FISCHER, ETERNO SÍMBOLO SEXUAL DESSE PAÍS, NÃO LHE CAUSOU CERTO DESCONFORTO?
Não acho legal fazer comparação entre pessoas. Cada um é de um jeito ou de vários jeitos, dependendo do momento ou com quem está se relacionando.


O QUE É IMPERDOÁVEL EM UM HOMEM?
A indiscrição. Não gosto de homens que comentam suas particularidades afetivas com outras pessoas, que falam sobre a mulher com outros. Outra coisa que acho horrível: homem que não abaixa a tampa do vaso. Homem que não abaixa a tampa do vaso não merece viver em sociedade (risos).


QUANDO TROCOU A CARREIRA DE MODELO INTERNACIONAL PELA DE ATRIZ, SER BONITA AJUDOU OU ATRAPALHOU?
Atrapalhou. Durante um tempo na minha carreira as pessoas me colocaram naquele saco: o de modelo que virou atriz. Não perceberam a minha sutileza, o meu trabalho. Pelo fato de eu ser bonita, achavam que eu tinha tomado o caminho mais fácil. Só que eu estudei muito na minha vida para chegar aqui. Ainda hoje eu faço aula de tudo que esteja relacionado a minha profissão. Uma vez eu quis fazer um papel pequeno, mas não deixaram justamente porque eu era muito bonita e a personagem não poderia se destacar tanto. Só há pouco tempo começaram a perceber meu trabalho de atriz.


VOCÊ FALA INGLÊS FLUENTEMENTE. NUNCA PENSOU EM TOCAR A SUA CARREIRA EM HOLLYWOOD?
(Pensativa)Já fiz um teste lá. Mas não peguei o papel justamente porque eu não tinha cara de brasileira. Olha só como as coisas não me ajudam! Mas por causa desse teste me chamaram novamente depois para fazer um outro, para o papel de Helena, no filme Tróia. Mas eu estava grávida e, mesmo que pegasse o papel, não poderia ficar fora do país. Na época da filmagem eu estaria no sexto mês de gravidez. Já pensou? Eu seria uma Helena de Tróia grávida (risos).

Fonte:Revista VIP 2005

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